quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Mostra fotográfica do 14º Ciso destaca cultura popular, vida urbana e antropologia

Por Tiago Cisneiros

Além de fóruns, grupos de trabalho e minicursos, o 14º Encontro de Ciências Sociais do Norte e Nordeste (Ciso) promove uma exposição de ensaios fotográficos no primeiro andar do Centro de Graduação de Ensino (Cegoe) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). As imagens, registradas em Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Rondônia e Rio de Janeiro, inspiram-se em perspectivas sociológicas e antropológicas para retratar o cotidiano e a cultura popular.

As festividades do São João em Sergipe são o assunto de dois ensaios da mostra. “Dos bastidores ao espetáculo: performances culturais das quadrilhas juninas de Aracaju”, de Priscila Santos Silva (Universidade Federal de Sergipe – UFS), apresenta as quadrilhas como um “espaço para a criação de uma grande rede de comunicação e sociabilidade”. Já o trabalho “Gente que brilha: performances culturais das quadrilhas juninas de Sergipe”, de Eufrázia Cristina Santos, Priscila Santos Silva e Vanessa Barreto Garcez (todas da UFS), evidencia os “aspectos simbólicos, expressivos, comunicativos e estéticos da manifestação ritual”, com base nos estudos da performance e na perspectiva antropológica.

Também da Universidade Federal de Sergipe vem o ensaio “Apresentação de um circuito: as manifestações do choro na cidade de Aracaju”, de Daniela Moura Bezerra. O trabalho traz imagens das rodas de choro na cidade e na periferia da capital sergipana.

“Oferenda”, de Diego Madih Dias e Thiago Carminati, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, expõe cenas de manifestações da umbanda – notadamente, as oferendas e despachos típicos da religião. O ensaio “Iirsa e a beira do Madeira”, de Karine Narahara e André Luiz Souza (UFRJ), trata dos impactos socioeconômicos e ambientais dos projetos da Iniciativa pela Integração da Infraestrutura Regional Sulamericana sobre a região do rio Madeira, no Norte do país. As fotos exemplificam os “processos de desorganização e reorganização dos territórios, a partir da implementação das hidrelétricas e da hidrovia do Madeira”.

O projeto “Nos salões”, de Elane Abreu (Universidade Federal de Pernambuco e Universidade Federal do Ceará), retrata a realidade física e humana das barbearias nordestinas. “Calçadas”, de Pedro de Souza Lima Neto (Universidade Católica de Pernambuco), abordam o espaço como a representação política da “esquerda” no urbanismo, o “refúgio dos pedestres” e uma área reservada “fora do ambiente hostil de opressores automóveis, dotados de pressão inata” e do autoritarismo da buzina. As crianças do Sítio Guarany, no município de Olho D’água das Flores, são os personagens do ensaio “Olhar-dela”, de Kelly Baeta (Universidade Federal de Alagoas). A produção apresenta os rostos infantis como a herança do quilombo que existiu na região.

Cinema

Nesta quinta-feira, estão sendo exibidos os filmes “Nem te conto”, “Quem rege a vela?” e “Cinema de Quebrada”, produzidos por pesquisadores da Universidade Federal do Pará, da Universidade Federal da Bahia e da Universidade de São Paulo. Amanhã, é a vez do longa-metragem “Terra de memórias: os velhos do Sisal – saberes do cotidiano”, produzido por professores da Universidade Federal de Sergipe e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. As sessões são realizadas na sala de audiovisual do Cegoe, das 16h30 às 18h30.

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